sexta-feira, maio 16, 2014

Entrevista com o poeta João Filho

Entrevista com o poeta João Filho
IN: LITERATURA|POESIA
16 mai 2014



João Filho é poeta. E está lançando seu novo livro, “A Dimensão Necessária” (Editora Mondrongo, Bahia, 2014). Sou suspeito para falar de João, pois ele tem sido de uma generosidade ímpar para comigo. Quem diz que não se faz amigos pelo facebook está enganado. Eu e João nos conhecemos e vamos assim contruindo uma amizade. Na verdade, gostaríamaos de nos encontrar e tomar um café ou uma cerveja juntos, conversar sobre literatura, filosofia, música, jogar conversa fora. Mas Salvador é bem longe de Cantagalo. Por isso nos falamos por aqui. E dividimos a conversa com vocês.
Não me sinto capaz de falar da poesia de João. Mas ela é sublime. Há dias carrego comigo meu exemplar de “A Dimensão Necessária” – na minha mochila, na garupa de minha bicleta, no bolso de meu casaco. O talento de João é admirável. Estou há dias degustando ”Nitidez submersa”, o primeiro poema de “A dimensão necessária”, que é de uma beleza indizível.
E, não por coincidência, João cita na entrevista, os versos que me intrigam, me espantam, e, digamos assim, me fazem rezar:

“nas grafias do diáfano,
se entrevê pela fuligem
a clara sustentação
dos fios frágeis do mundo.”

Aqui você não vai encontrar nenhum resenhista ou crítico puxando o saco do autor para vender livros (embora eu torça para que João se transforme num best seller), nem nenhuma análise profunda de poesia. São dois amigos conversando. Deixemos João falar. A poesia é dele.

- Poesia não é somente escolha, é vocação em primeiro lugar. Concorda? Quando você descobriu que era poeta?

JOÃO FILHO: Concordo. Convivo com a poesia desde menino. Poesia não apenas no sentido de palavras no papel, mas também esse “espanto” de estar vivo, que me acompanha. A vida, para mim, é esse susto de ser. E uma sensibilidade, às vezes excessiva, para as coisas belas. Assim, de algum modo, eu sempre soube que escreveria. Comecei aos 13 anos. Nessa caminhada, claro, tive dúvidas terríveis quanto ao fato de se deveria ou não continuar escrevendo. Houve momentos, digamos, de quase desistência. Desse modo, não houve um momento específico, mas lampejos ao longo do trajeto, até formarem um mosaico de confirmação. Na minha trajetória errática, a poesia sempre foi meu norte magnético. Deus colocou a poesia como um Anjo da Guarda em minha vida. Não tenho orgulho algum dos precipícios que passei. Os erros e quedas foram por minha conta.

- Adélia Prado diz que a poesia, mesmo nos ateus, emerge do mesmo lugar de onde brota a religião. A poesia e a mística têm a mesma raiz? Como sua poesia dialoga com o transcendente?

JOÃO FILHO: Confesso que não sei se a mística e a religião brotam da mesma raiz. Por sinal, é um bom tema para estudo. O que escrevo em forma de poesia é a busca pelo transcendente, partindo sempre da experiência diária. O melhor resumo que posso oferecer dessa conversa com a verticalidade é o verso de Antonio Machado: “quien habla solo espera hablar a Dios un día.” Sou um contemplativo. Tudo que escrevo implica uma tentativa de diálogo com “a clara sustentação/dos fios frágeis do mundo.” A vida, para mim, tem sido rica nesse sentido. Juntamente com o domínio técnico, poesia é contemplação e espera paciente.

- A influência é uma maldição ou um mal necessário? Você teve que lutar muito para se libertar de suas influências? Que poetas te inspiram?

JOÃO FILHO: A influência é uma bênção. Benditos sejam os poetas que vieram primeiro. Angustiado mesmo devia ser Homero, pois não havianinguém antes dele. Brincadeiras à parte, lutei e luto muito, mas sem angústia; as confluências (como as chamava Mario Quintana) estão sempre lá. E poesia, não esquecer, é sempre tentativa. Não sofro esses temores bobos de não me deixar impregnar por outro poeta. Mesmo dos que estão escrevendo agora. Fico feliz por encontrar poetas que realizaram verdadeiros achados expressivos. Não se encontra aí aquela luz quase oculta que um poeta tenta transmitir ao leitor? Quando encontro isso, eu agradeço. Leio muita poesia. Tenho fases: revisito alguns poetas, retomo outros, mas há aqueles que não largo. Camões (o pai de todos), Gil Vicente (imenso poeta que se mostra em suas peças), Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Antonio Machado, Bruno Tolentino, Alphonsus de Guimaraens pai e filho, Orides Fontela, W. H. Auden, Alberto da Cunha Melo, Jaci Bezerra, Alberto da Costa e Silva, Saint-John Perse de Amers, Mario Quintana, Paul Claudel de Cinq grandes odes, Leonardo Fróes de Chinês com sono, Paulo Henriques Britto, Jorge Luis Borges, Miguel d’Ors e uma plêiade de poetas que escrevem em espanhol por quem sou apaixonado. Argentinos: o já citado Borges, Alejandro Nicotra, Rodolfo Godino, J. L. Ortiz, Antonio Porchia, Horacio Castillo, Ricardo H. Herrera, Pablo Anadón, Roberto Juarroz. Espanhóis: o citado Miguel d’Ors, Juan Ramón Jimenez, Jorge Guillén, Pedro Salinas, José Antonio Muñoz Rojas, Tomás Segovia, José Jiménez Lozano, Enrique García-Máiquez, José Mateos. Sem esquecer a galega Rosalía de Castro, o peruano José Watanabe, o chileno Jorge Teillier. Para mencionar alguns.

- “Eu passei toda a minha juventude escrevendo vagarosamente com revisões e especulações intermináveis, deletando, e então percebi que estava escrevendo uma frase por dia, e essa frase não tinha sentimento. Maldição! Sentimento é o que eu gosto na arte, e não artifícios na camuflagem de sentimentos.” (Jack Kerouac)
Vê-se uma nova geração de poetas, marcados pela influência de Bruno Tolentino e pelos ensinamentos do professor Olavo de Carvalho, um apreço pela técnica. Você se sente parte desta geração (se é que esta geração existe)? A técnica engessa a “emoção”, o “sentimento”, ou Kerouac estava redondamente enganado?

JOÃO FILHO: Se a geração existir, será uma honra pertencer a ela. A poesia de Bruno Tolentino é um manancial onde dessedento algumas sedes, e o livro que publiquei recentemente A dimensão necessária tem como primeira epígrafe um trecho em prosa do poeta de As horas de Katharina. Mais confluência impossível. Ao Olavo de Carvalho não tenho palavras para agradecer o imenso bem que sua obra como um todo, me ajudou e ajuda. Meu amigo Person Ramos Araújo me apresentou o trabalho do filósofo em 2003. De lá para cá, sou um leitor fiel, e tento, dentro das minhas possibilidades, estudar a contento. Olavo de Carvalho salvou minha vida cognitiva e espiritual. Minha dívida é imensa.
Kerouac estava totalmente enganado. A técnica jamais engessa a emoção. Forma é liberdade, tanto nos fenômenos da vida quanto da arte. Quanto mais a técnica for dominada tanto mais o poeta poderá voar livremente. No entanto, é preciso notar que a técnica é apenas um meio, não um fim.

- Como foi a construção de “A dimensão necessária”? Como você reuniu os poemas? Quando viu que já tinha nas mãos um livro pronto?

JOÃO FILHO: Comecei a escrevê-lo em 2006, mas ele passou por inúmeras mudanças, do título à estrutura até alcançar sua forma final; porém alguns poemas ficaram como que formando um núcleo. Avancei desse ponto. Os temas foram vividos e a inquietação da forma (o como dizer dentro de um ritmo), que é uma constante para mim, foi tentando se plasmar. O livro está dividido em seis seções (Luz alheia, A fonte vertical, Sonoite, Habitação de nuvens, Voo sem pouso e Pequenos tesouros portáteis). Lentamente, do enorme material que eu havia escrito para cada uma, muitos poemas foram sendo postos de lado. (O que me ajudou e ajuda é a conversa franca com os meus três únicos leitores: meus amigos e poetas Claudio Sousa Pereira e Wladimir Saldanha e minha mulher toda música e escritora Állex Leilla. Sem eles, A dimensão necessária teria sido outro livro.) Tentei publicá-lo, mas, por razões que não vêm ao caso, não consegui. E isso foi ótimo, o livro não estava pronto ainda. No final de 2013, percebi que o conjunto havia se cristalizado numa forma da qual eu não me arrependeria em publicar. Coincidentemente o convite de Gustavo Felicíssimo, poeta e editor da Mondrongo, veio na hora certa.



In: O Camponês, de Sérgio de Souza
Link: http://www.ocampones.com/?p=11654

terça-feira, maio 13, 2014



- Então parou de chover, mas o vento continua. Fortíssimo. Um gato persegue um mico, e esse sobe feito raio na árvore. E o gato não sobe atrás? Não, não sobe, fica embaixo, olhando o outro. Que estranho, não? Sequer sabia eu que gatos corriam atrás de micos. E há tantos, há muitos, há milhares no campus da UEFS.

- É preciso dar parecer num texto fruto de uma pesquisa em que se discute a imprecisão dos conceitos gramaticais e sua utilização na sala de aula. Quer o autor nos fazer crer que é esse um dos motivos do baixo aprendizado do português padrão no nosso país. São hordas de jovens que mal sabem redigir um parágrafo, hordas de portadores de diploma. E seria a imprecisão dos conceitos de sujeito, predicado, adjunto... seria essa uma das razões pra se passar anos numa escola e de lá sair sem sequer saber ler e escrever? Então temos um país que não sabe ler nem escrever por que não lhe foi ensinado corretamente os termos da oração? Será que nossos avôs sabiam disso? Ligar pra meu avô, lá em Bom Jesus da Lapa, e perguntar. Ou ligar pra meu pai, que escreve sem erro algum e só fez o "curso técnico de contabilidade" - ainda existe?

- Que tristeza isso de avaliar o que não é passível de ser avaliado. Que tristeza isso de se pesquisar o que não carece de ser pesquisado. E tudo piora porque lá fora há vento, lá as árvores estão verdíssimas, lá fora há gatos correndo atrás de micos, lá fora uma tarde se espalha e eu não posso me avarandar com ela, ao contrário, tenho de me encolher cada vez mais.

- Mas então uma mágica: resolvo que há um intervalo. Não sei bem de quê, porém, se acabo de resolver sua existência, é por que ele há, correto? Sim, ele há, do verbo haver, assim como em outras línguas ele chove e ela anoitece, agora, de repente, mesmo no sentido de existir, aconteceu isso de o verbo haver ter sujeito. Que se vai fazer? A língua portuguesa é assim - insuportável. E sendo assim, nesse intervalo ora inventado, eu mereço um café, bem como mereço desanuviar os olhos do mundo dos textos tortos, dos textos que já nascem mortos (pé de pato, mangalô).

- Tiro da pasta um texto de Vargas Llosa, deixado na minha mão pela Moira Flávia, e leio. Isso é desanuviar não apenas os olhos, mas a alma. Café e Vargas Llosa. Pra que mais? Chama-se Carta a um jovem escritor e, à maneira de Rainer Maria Rilke, que em sua Carta a um jovem poeta define o estranho ofício de se entregar à poesia, Vargas Llosa define a rebeldia, a inadequação ou, melhor ainda, a difícil tarefa do escritor de conviver, eternamente, com uma solitária no estômago. Imagem nojenta, é verdade, mas tão verdadeira!

terça-feira, maio 06, 2014

Resenha sobre "Chuva Secreta", Jornal Rascunho, abril de 2014



A metáfora da chuva

A linguagem é a mais forte marca da prosa de Állex Leilla, com uma precisão milimétrica no uso de cada expressão

Desde o realismo social de Dalcídio Jurandir em Chove nos campos de Cachoeira até o surrealismo alegórico de Campos de Carvalho em A chuva imóvel, o fenômeno natural sempre nos aparece como sinônimo, ou melhor, metáfora de opressão. O tempo sem sol, o céu pesado, a chuva longa surgem bonitos e esperançosos em Graciliano Ramos, no capítulo Inverno de Vidas secas, em que o som de trovões vindo do rio e o cantar dos sapos acalentam os personagem. No entanto, mesmo aí, há uma mancha de mágoa. Fabiano movido pela alegria da invernia até ensaia contar uma história enquanto Sinhá Vitória, precavida, cuida dos filhos sabendo que a bonança tem dono, e não são eles.

Enfim tudo termina por se voltar ao parágrafo final do romance de Campos de Carvalho numa espécie de sentença fatal do destino: “Mesmo morto continuarei dando meu testemunho de morto. Esta chuva imóvel serei eu que estarei cuspindo”.

Todas estas metáforas pluviosas espalham-se pelos nove contos de Chuva secreta, novo livro de Állex Leilla. No entanto, aviso aos navegantes, não adianta buscá-las desesperadamente. Tudo na prosa desta baiana é sutil, se reveste de uma seda fina, vai se dizendo, se revelando aos poucos, com parcimônia e no final surpreende, esmurra o leitor. Lembra Julio Cortázar e sua visão de literatura. Para o argentino, escrever era lutar boxe. No romance se vence o leitor por pontos; no conto, por nocaute. Aliás, Cortázar é o escritor que fascina as personagens apaixonadas do conto Conexo. Sob uma fina chuva nas serras mineiras, duas mulheres vivem um amor molhado e doce.

Abrir languidamente as portas de nossos mundos, aderindo-nos às novas substâncias — ácidas, alcalinas, apimentadas, amargas — e delas absorver cores, cheiros, sabores.


Állex nos nocauteia em cada novo round, ou melhor, conto. A própria expressão “chuva secreta” somente surge no texto final, Epiceno, já algo em si ambíguo.

Parto, mas deixarei programado um vento amanhecido e uma chuva secreta, porque brilhante e inconcebível.

E assim segue o texto que conta de um amor possessivo, idílico, onde a delicadeza às vezes perde as amarras, deságua na brutalidade e se envolve em linguagem, um mecanismo eficiente para superar misérias e desesperanças.
E a linguagem é a mais forte marca da escritora. Há algo de poético, sim, mas, sobretudo, existe uma precisão milimétrica no uso de cada expressão. Há muita suavidade, mesmo quando descreve as mais intensas tragédias humanas. Os filhos que simplesmente tiram todos os bens da mãe, escudados num estranho senso de justiça. Uma delicadeza até quando sente a necessidade de jogar com palavrões:

E no cuzinho não vai nada?, ironizaria você, se aqui estivesse/ chegasse de repente/ instantâneo/ mágico com aquele teu cheiro espinhento de barba malfeita.


O amor, a falta dele e as relações humanas são os temas de eleição da escritora. Todas as formas de amar são trabalhadas em todas as suas intensidades, não falta nada, sequer as inseguranças e os desesperos trazidos pelo inevitável encontro das pessoas. Do filho penalizado e carregado pela culpa das desgraças da mãe, ao poeta marginal morto de paixão pelo pintor cego, os personagens estão sempre na delicada corda bamba de se envolverem com seus quase opostos, e aí tudo segue ao sabor da inventividade da autora. Ora facilita a vida de seus viventes, dando-lhes felicidades possíveis, ou não, simplesmente os joga em abismos profundíssimos. Mas assim é mesmo a vida, e é nela que Állex Leilla busca seu fôlego.

Este realismo contemporâneo termina por criar personagens também plausíveis, embora naturalmente contraditórios. Sem perder pontos de delicadeza, essa gente se marca por torturas, separações e mortes. Aliás, há nestes contos certo fascínio pela morte. Não que se banhem de tragédias, apenas vai dando espaços para todas as partes fundamentais da vida e aí a morte surge como acontecimento natural, mesmo quando não se abre mão de toda carga de dor e impotência que ela lega a quem sobrevive.
Uma curiosidade sobre a ambientação dos textos. Ela, a ambientação, praticamente não se repete e cada conto se passa num espaço próprio. Maceió, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, os personagens vagueiam por quase todo o país. Naturalmente que a escritora não teve a intenção, mas terminou por brincar com um dos mais chatos e inócuos debates da atualidade, aquele que tenta insistentemente fundamentar uma espécie de neorregionalismo. A rigor nunca houve de fato uma literatura regional, mas literaturas que se ocuparam de espaços, localidades onde o homem se movimenta respeitando ou rompendo com as particularidades do ambiente. E tal fato, antes de ser característica de uma região, é uma condicionante da natureza humana.

Enfim, Állex Leilla é uma escritora que rompe com amarras teóricas infundadas para criar uma obra própria, forte e marcante. Isso faz dela, não somente uma das maiores vozes de sua época, mas indiscutivelmente uma das mais seguras e conscientes escritoras da literatura brasileira.

MAURÍCIO MELO JÚNIOR

O autor
ÁLLEX LEILLA


Nasceu em 1971, em Bom Jesus da Lapa (BA). Publicou Urbanos (contos, 1997), Obscuros (contos, 1999), Henrique (romance, 2001), O sol que a chuva apagou (novela, 2009) e Primavera nos ossos (romance, 2010). Em 2010, venceu o concurso de contos Luiz Vilela e foi selecionada para a antologia alemã Wir Sir Bereit.

TRECHO
O ser humano não se repete. Somos banais e desimportantes, ainda que cada um se considere, em segredo, portador de uma misteriosa missão, protagonista de um destino ímpar. Não é verdade. Nossa trivialidade é inata. Contudo, por baixo da ordinariedade, somos, paradoxalmente, irrepetíveis, cada qual um molde perdido, cada qual um calo específico, doendo na infinitude.



Casarão do Verbo
158 págs.

domingo, maio 04, 2014

Domingo ouvindo o Rei e bebendo TODAS. Acaba o Jack Daniels, mas o ser humano não quer saber de pausa. Até Bacardi com Licor de Menta rola... Quando começa "A distância", penso naquela clássica cena: abrir os pulsos com gilete numa banheira cheia de sais de jasmim, o sol entrando pelo vidro empoeirado da janela baterá direto no copo de uísque pela metade. É meu sonho antigo!
Mas então me lembro:
a) meu poeta preferido está na varanda, e me espera sorrindo;
b) não tenho mais 27 anos (idade limite pro suicídio);

sábado, maio 03, 2014
















O áspero poema? Não mais quero.
O inviável abismo? Já descri.
Foi com inabalável esmero
que duramente me persegui.

Se tudo é insuficiente, espero.
O instante vence o tédio, senti.
Se a valsa mudou-se em bolero,
o ritmo pouco importa, vivi.

Pelo tropeço suavizei o passo.
Seu corpo é o sentido que devasso
devagar, como quem respira.

Gota que se equilibra suspensa -
a vida. Mínima que é imensa,
quando pensa que é real, delira.

In_ JOÃO FILHO. A dimensão necessária. Itabuna: Mondrongo, 2014.
À venda

Livraria Cultura:
http://pesquisa.livrariacultura.com.br/busca.php?q=a+dimens%C3%A3o+necess%C3%A1ria+jo%C3%A3o+filho

Loja Singular:
http://www.lojasingular.com.br/literatura-brasileira/a-dimens-o-necessaria_9788565170451.html

Livraria Hora de Leitura:
http://www.livrariahoradeleitura.com.br/

Em Não se vai sozinho ao paraíso, primeiro romance que integra a trilogia místico-erótica de Állex Leilla — cujo centro são as micro-...