domingo, julho 31, 2011

Agora a noite desce envolvendo seus olhos em sonhos, a neblina, a barreira, as fronteiras dos sonhos, preto e brancas, coloridas, povoadas, vazias. Alguma voz de criança te falará de forma vaga e escorregadia de botões de camisa perdidos, de relógios parados na parede de sangue, de flores murchas nos jarros com água apodrecida. De manhã, a voz de criança ofuscada, crepitada pelo sol não te falará mais nada. Estranho mal-estar te faz beber mais café preto e menos suco de frutas na manhã.

domingo, julho 17, 2011


Quando me perguntam por aí se ainda vejo você, dentro de minha mente teu espaço se alarga: sua mesa de trabalho, sua cadeira, seus instrumentos, a luminária jogando luz pálida sobre os corpos imóveis de tudo que te cercava. O foco em meu coração: quando você afasta a cadeira e anda dentro dele, ignorando artérias, sangue, dores. O passado dentro de um copo que você pega, leva aos lábios, prova. Que líquido ora beberiam teus lábios? Por onde entrelaçariam seus dedos? Volta a tocar os instrumentos, dentro do meu coração. Há teu quarto, tua cama, você trabalhando, a chuva fina a cair. E um espaço vazio onde eu por certo estaria, todavia, olhando daqui, percebo: não, não estou.

Em Não se vai sozinho ao paraíso, primeiro romance que integra a trilogia místico-erótica de Állex Leilla — cujo centro são as micro-...