domingo, julho 17, 2011


Quando me perguntam por aí se ainda vejo você, dentro de minha mente teu espaço se alarga: sua mesa de trabalho, sua cadeira, seus instrumentos, a luminária jogando luz pálida sobre os corpos imóveis de tudo que te cercava. O foco em meu coração: quando você afasta a cadeira e anda dentro dele, ignorando artérias, sangue, dores. O passado dentro de um copo que você pega, leva aos lábios, prova. Que líquido ora beberiam teus lábios? Por onde entrelaçariam seus dedos? Volta a tocar os instrumentos, dentro do meu coração. Há teu quarto, tua cama, você trabalhando, a chuva fina a cair. E um espaço vazio onde eu por certo estaria, todavia, olhando daqui, percebo: não, não estou.

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