domingo, maio 02, 2010
Não foi explorada:
palavra de sangue e gás.
Não foi regurgitada:
aversão.
O nada dito entre os dentes:
língua presa, saliva que não vem.
Puta, teus cabelos nos quintais,
teu nascimento atropela a cidade burocrata.
Falta de proporções tange nuanças portuguesas,
borboletas
e este país que não quer mudar.
Fugiremos dele, então,
prum tempo escuro,
um tempo sem luzes
nem facho dissipado.
Por favor, escute: o que não vivemos juntos me crava os ombros,
ameaça de queda os dentes, faz os bicos dos seios sangrarem.
Assim: cadafalso.
Assim: ruína.
Assim: sem chances.
Cheirando noite e dia a morte, a desorientação.
A tua borboleta tatuada: Deus em letras verdes,
o suor fazia Deus reluzir no desenho.
Boca que sopra e abocanha,
a obscenidade da boca:
retém.
Digamos que Deus arfa e gira
- Deus faz amor muito bem –
e deixa de se expressar.
O silêncio inteiro, o vento.
A toalha de flores sobre a mesa.
O elefante sobre a mesa.
O pus no bule de café.
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Maravilha ouvir seu conto dito por você. Conheci como cada frase foi pensada no seu tom.
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