domingo, setembro 27, 2009




Sabe-se que ela tem saudades dele. Do centro do céu sem nuvens, sem primavera, desloca-se a cabeça, olho direito, olho esquerdo, o tronco todo, pra ver o céu da janela da cozinha. Move-se cheia de soluços na garganta. Molha as mãos e o rosto. Faz café. Sabe-se, sabemos: ela sente a falta dele como ninguém. Bicho desencontrado tentando sobrevoar a terra de muros e concreto que não nos pertence. Desde que ele foi embora da Bahia, ela sente sua falta. A ópera de Nabucodonosor, ela ouve. Ela que odeia ópera. Músicas antigas, músicas novas, ela ouve, pensando nele. Logo ela que um dia o irritou seriamente dizendo: prefiro o Morrissey. De repente, ela ri e pensa: se alguém (ele) me pega agora...
Ela quer dizer: se ele a pegasse ouvindo suas músicas preferidas. Ela gravou algumas num Cd de 80 minutos e ouve sozinha, andando pela casa, deitada, consertando o cabelo, mudando de lugar os objetos.
As mulheres que melhor escrevem neste mundo, ela agora as pega pra ler. Mas não prossegue muito, vai de livro em livro, de página em página, e chora, chora no meio das palavras de Florbela Espanca, de Clarice Lispector, de Hilda Hilst, de Violette Leduc, de Margueritte Duras, de Ana Cristina Cesar, de Juana Inés de la Cruz, de Alfonsina Storni. Embaçando as palavras, ela chora com saudades dele.
Não adianta estender a mão.
Não estenda sua mão.
Ademais, quem te pediu ajuda?
Tenha decência, ela não te notará.
Só uma pequena grotesca obsessão. No caminho dela, o que há de mais triste e desajustado. Qualquer alegria que a presença dele pudesse dar.
Esteja certo(a) de sua solidão absoluta.
Não amole.
Fique quieto(a) apenas. Passará.

domingo, setembro 13, 2009

CUIDADO: UNIMED NÃO É PLANO DE SAÚDE, É TRÁFICO ARMADO!

Gostaria que essa mensagem servisse de alerta para que os desavisados que pretendem se associar ao Plano de Saúde UNIMED, qualquer um deles, mas, sobretudo, o sistema intercâmbio que atende pelo nome de UNIMED LESTE FLUMINENSE. Infelizmente, aderi a esse plano de saúde em setembro de 2008, minha adesão dependia de pagar uma taxa de adesão também para a UNIVERSICRED, cooperativa dos funcionários da UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira, campus de Salvador, onde eu era professora). Meu marido (João Batista Fernandes Filho, ou o escritor e poeta João Filho), que também é funcionário da UNIVERSO, aderiu ao plano de saúde e à cooperativa. No entanto, tanto eu quanto ele pretendemos nos desligar da cooperativa e do plano o mais rápido possível devido ao fato de termos descoberto, na prática, que esse convênio é uma farsa.

Desde o dia 26/06/2009, meu marido tenta uma cirurgia de hérnia de disco e tem sido destratado e/ou ignorado pelo plano UNIMED LESTE FLUMINENSE. Estamos sozinhos para negociar o inegociável com o plano, uma vez que se trata de saúde. Dia 03/08/2009 entramos com um pedido de liminar, através de um núcleo jurídico. No dia 24/08, a liminar foi concedida. Recebemos um telegrama da UNIMED avisando que em cumprimento à liminar a cirurgia havia sido autorizada, deveríamos nos dirigir ao escritório da Central Nacional UNIMED, em Salvador (no Ed.Convention Center, Cidadela-Iguatemi), o que fizemos no mesmo dia. Depois de uma manhã inteira esperando, liberaram uma guia de internação para o Hospital UNIMED. Fomos ao Hospital UNIMED no mesmo dia e demos entrada no pedido de cirurgia, agora com a autorização concedida. Fomos informados que uma enfermeira agendaria com o médico-cirurgião e anestesista e entraria em contato. Dia 26/08, houve uma audiência no Juizado da Universidade Católica(SSA) porém, nessa ocasião nada foi resolvido, tendo a empresa informado à juíza que a cirurgia já havia sido autorizada. No entanto, até hoje, dia 13/09/2009, meu marido
ainda aguarda a cirurgia. A UNIMED sempre arranja um jeito de adiá-la, o mais novo motivo é porque o "material cirúrgico foi rejeitado pelo médico", isto é, eles querem que o médico use material inadequado! Meu marido segue sentindo dores, está de licença pelo INSS, impossibilitado de trabalhar e estudar. Passamos dias inteiros ligando para a empresa sem sucesso, a conta de telefone é monstruosa. Me pergunto como a justiça brasileira justifica a existência de um plano de saúde desses, inútil e, sobretudo, criminoso.

Estamos fazendo denúncias em todas as TVs e jornais locais, já registramos queixa na ANS e Ministério Público e nada, absolutamente nada foi feito contra a empresa. Como professora, tenho enviado emails diários a alunos e colegas para que evitem se associar ao plano UNIMED, qualquer um deles, Central Nacional UNIMED, UNIMED-SSA, não
importa, são todos da mesma corja. Alertei também aos colegas da UNIVERSO-SSA que pensem bem antes de entrarem na UNIVERSICRED visando a adesão ao Plano de Saúde. Pensem bem porque na prática é mesmo que não ter plano algum, trata-se de uma quadrilha, uma quadrilha que não é fiscalizada nem pela ANS nem pelo Ministério Público e não obedece a liminares da justiça. Espero que consiga evitar que mais pessoas, desavisadas, entrem nesse plano de saúde que não funciona e que constitui, sem dúvidas, um caso de polícia, provavelmente é tráfico! Que outro tipo de atividade
empresarial pode ignorar determinações jurídicas e sair ilesa? Só conhecemos uma: o tráfico armado! Todas as outras empresas, de uma forma ou outra, é punida, por que essa não é? Qual será o traficante que está por trás dela? Sei que é um saco essas coisas de email coletivo, corrente, solidariedade, mas ainda assim, peço encarecidamente, que mandem essa mensagem ao maior número de pessoas possível, pois se trata de uma utilidade pública para que nenhum cidadão/consumidor tenha de passar pelo que estamos passando. Obrigada de coração!

Állex Leilla
Professor-assistente UEFS
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/3529681209301146

Em Não se vai sozinho ao paraíso, primeiro romance que integra a trilogia místico-erótica de Állex Leilla — cujo centro são as micro-...