domingo, agosto 10, 2008

Há uma voz pedindo silêncio na manhã azul em que muitos ganharam, muitos perderam.
Dizem os deuses: coisas são voláteis, coisas respiram,
então, havemos de lembrá-las, havemos de esquecê-las.
A temeridade do lamento afoga a manhã,
combatendo como numa guerra o silêncio solicitado.


***
Se você pretende ser
lilás,
etérea,
difusa,
suicida,
às 3 da manhã,
saiba,
antes que aquela porta se abra
às 3 da manhã
e espalhe entre as flores
a ajuda que sua voz jamais formulou
que todo caldo entorna devagarinho na estrada,
que tudo leva a curvas desconhecidas,
a rótulas misteriosas
que o que hoje nos impele à inação,
amanhã nos leva a dançar
pierrôs perdidos,
columbinas esgarçadas,
arlequins inquietos,
a perguntar, a responder,
como na canção italiana,
che cosa so?, che cosa sei?, che cosa sai?
Niente, è vero.
Ninguém sabe coisa alguma entre o céu e o mar.
Eco il nostro destino: parlare, parlare,
come la prima volta.

Um comentário:

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