quinta-feira, setembro 21, 2006

A tua pergunta


Se gosto do teu corpo, se também me sinto enlaçada, atraída, sedenta, se também enlouqueço/desconcerto/vidro/vibro/ardo/quero/morro de tesão pelo teu corpo. Uma hora do dia em que, encostando corpo com corpo, um sente o choque do cheiro, da pele, dos pêlos, do gosto do outro, o choque, aquilo, sim, que se traduz em rigidez num, umidade noutro. Se também me satifaço vez-em-quando sozinha pensando em teu corpo, tardes rápidas, intervalos que logo serão compensados. Se fico de olhar fixo, até sem graça de tanto contemplar. Por debaixo da roupa, teu corpo. Se acordo pensando em morder, lamber, mastigar, engolir teu corpo, se durmo querendo tudo outra vez. A cada olhada rápida em que se descobre um pedaço de pele suada, limpa. De pele salgada, dormida. Morna. Avermelhada. A cada momento em que o prazer ou a promessa dele retorna. Se pra mim também é sempre imperativo o desejo pelo teu corpo. Se é intenso e, logo mais, satisfeito-insatisfeito. Como um banquete que se devora e, ao contrário de Sócrates-Platão, continua-se a desejar com muita/inesgotável/desgraçada/tanta fome. Ad infinitum. Teu corpo. De azul intenso-profundo. O mais adorado de todos. Na cama. Na chuva. Na madrugada. Engraçada a tua pergunta. Muito engraçada.

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