quinta-feira, dezembro 08, 2005

Violinos

Queria que você me enxergasse agora, envidraçando Salvador.

Pondo as palavras em sacos plásticos,
coisinhas murchas, fios de cabelo, outonos fechados,
aglutinados, sofrendo, orando.

Luzes entrando assim quando não é tarde nem primavera.

A inocência nos ladrilhos,
entre sete portas: você sóbrio e soberano
enquanto dança em mim a mesma dor.

Cidades bailarinas, de noite: bailarinas,
mas nada hoje é muito sábio.

Solidão é tua palavra chave?
I dunno... mas os violinos partem rasgando, rasgando.

O balé da cidade, os destroços que ela pare
e me manda na madrugada, juntos ao ar.
Mesmo colocando em sacos plásticos, mesmo envidraçado,
muito pouco de nós adianta.

Erguendo pernas e braços, acho que te enlaço,
mas não sei se passas de imagem,
coisa linda que se vê na vidraça
e se se toca e ouve é feito lágrima
de violinos que retornam machucando
e ontem tão distantes pouco impressionavam.

Um comentário:

  1. Poema emocional. Você pode aproveitar o blog para colocar mais poemas seus, já que por enquanto você ainda não tem coragem de publicá-los em livro. Só não nos prive destas preciosidades. Em comum parece que temos também o amor por Mozz.

    Morrissey Forever!

    Abçs e sucesso na empresa.

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