Cores, amores, amores, cores. Suaves. Densas. Densos. No porão. Há uma fresta. Por ela, a Vida. A Vida nem sempre chega aos bocados. 'Inda mais quando se está num porão.
Hoje aprendi a escrever de forma correta o nome de quem inventou definitivamente o vermelho, o branco e o azul: K-r-y-s-t-o-f-f K-y-e-s-l-o-v-s-k-y.
Engraçado, eu pensei que fosse com "i" e não "y".
Repare como isso é importante: praticamente ele inventou duas das três cores primárias que existem no planeta.
Leva-se anos pra entender isso. É verdade, eu sei. A Vida nem sempre chega aos bocados. Os discos já não giram, corroídos pelo tempo. Para ouví-los, acendo na tomada a memória.
Você já ouviu o novo disco do Neil Young?
Não. Mas deve estar bom de doer.
De tomada acesa, hoje, sem crise, reparo que não chove nem tem arco-íris.
Te digo com carinho: não é apenas uma rima, mas a seqüência lógica de um pensar viciado. Uma fresta é o suficiente. Crianças adoram frestas.
Exato.
E como elas, eu também adoraria que não existissem mais os caminhos tortos e a distância. E que pudéssemos estar tranqüilos, neste instante, olhando os brinquedos velhos, muitos até quebrados, que abarrotam o porão.
Mas não. Não. E não.
Tive, tivemos que abandonar o porão em favor das janelas. Uma paisagem mínima de janela escancarada vale mais que milhões de frestas e portas entreabertas. Eu sei, você sabe.
O silêncio é negro. Mas não devora mais o azul denso de Juliete Binoche. Ela permanece. Azulzíssima. Assim como Irene Jacob: ora de sangue, ora castanho-marrom-envelhecido.
Pra ficarmos mais chiques, pintei o porão de verde-sépia. Nossos amores legiomaníacos. Nossos amores drakianos. Nossos amores coloridos.
É uma paisagem comum, pra você usar no dia-a-dia. Ou de noite, na hora exata da separação. Nos sonhos. É o suficiente. O cristal da chama aquece meus sonhos. A renovação jamais se faz sem crise.
Tenha uma boa semana. Cheia de cores, amores. Amores, cores. Suaves. Densas. Densos.
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É tudo verdade.
ResponderExcluirBeijos
Ivã http://www.outubro17.blogspot.com